quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Coração contrito!


Coração! Oh, Coração!
Bate ininterruptamente.
Um sentimento pulsa,
A alma rebate.

Por que te amar?
Se o meu eu já te viu anacronicamente.
Refaço uma analogia ao que tu deixaste,
Apenas dor e rancor.

O coração ainda bate...
Por um amor que se tornou obsoleto.
Refaço uma regressão ao anacronismo deixado por ti,
E ao sentimento perdurado.

A emoção vem à tona.
O coração pulsa.
A razão refaz as emoções vividas,
E reestrutura todo sentimento perdido.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Marta

Naquele instante sente seu coração pulsar mais forte. Sentada em uma cadeira, à espera de um resultado, aflita ouve os  passos do médico caminhando em sua direção.
- E ai doutor, já tem uma resposta?
Pergunta Marta ansiosa.
O médico respira fundo, manda buscar um copo com água.
Não precisou dizer mais nada, uma lagrima correu o rosto daquela mulher.
Com quarenta e quatro anos, pele clara, cabelos longos e olhos pretos como a pedra do ébano. Marta se depara com um tormento que não ainda saberia lidar, pois driblou a vida em vários instantes, logo na adolescência, aprendeu às duras a viver, sua mãe não resistiu ao parto de seu irmão mais novo e faleceu, deixando como herança a criança recém nascida e dois irmãos mais novos. Se viu obrigada a assumir junto com seu pai os comandos da casa e se dividir entre estudos e atividades domésticas.
Naquele instante um filme retrocede em sua mente, a morte da mãe, a universidade que cursara, o casamento e o nascimento das quatro filhas, momentos de felicidades e também tristezas relembrados ali. Não se sabe por que, qual razão a vida lhe sacrificaria tal sofrimento, nunca em sua vida poderia imaginar estar ali, em um hospital da Zona Sul, movida por um sentimento involuntário, desconhecido. Afinal ser forte é o que aprendera com o pai, mas isso naquele instante não parecia existir, ainda não sabia o que o destino lhe aguardava.
Mais um capitulo iniciaria, além dos problemas do cotidiano como a crise conjugal e a menopausa.
Carlos seu marido, egocêntrico como ele só, sentado próximo à janela fumava incessantemente.
Um homem de aparência mediana, obsoleto para a época que vivia, nunca aceitara que sua esposa fosse alguém com certa posição social. Para ele mulher deveria ficar em casa cuidando dos filhos, sempre pensara ter casado errado, afinal Marta era independente, professora desde nova, culta, além do trabalho que desenvolvia na escola que lecionava, ocupava seu tempo com projetos culturais em órgãos de incentivo ao desenvolvimento literário.
Todos aflitos, afinal aquela noticia mudaria de vez suas vidas.
Ana sua filha mais velha sairia de Belo Horizonte no primeiro vôo com destino ao Rio de janeiro, (Trabalhava em um curso de restauração de obras barroca), as duas mais novas (que eram gêmeas) acompanhavam o desespero dos pais no hospital.
Marta abraçou Fernanda e demonstrou seu amor incondicional, não desampararia a filha naquele momento difícil, ainda não tinham o resultado dos exames e a dor era ainda maior.
Aquela mulher que batalhou pelas armas que a vida lhe cobrou estava ali, inerte ao sofrimento da filha, o sentimento era a única coisa que sustentava.
Carlos aproxima de sua esposa e diz:
_Vamos pensar positivo, não podemos desesperar.
Marta aos prantos desabafa:
_Como não desesperar? Nossa filha acreditam estar com câncer e você me pede para não desesperar.
Dezoito anos era a idade de Fernanda, a filha do meio do casal. Há duas semanas sangrava excessivamente, apenas uma suspeita, mas acreditavam ser uma leucemia.
Estavam a três dias no hospital Copa D’or em Copacabana acompanhando o sofrimento da moça e a confirmação chegou nas mãos do médico!
A emoção toma conta do ambiente com a chegada de Ana, a família reunida em um momento difícil, mas que certamente não perderiam a fé em Deus.
Em meio ao choro e as lágrimas, Marta voluntariamente se prepara para os exames de compatibilidade, pois seria doadora da medula que salvaria sua filha. Ana não desamparou sua mãe e se prontificou a se submeter às avaliações de praxe.
Realizados os exames, Marta chorou! Deita- se ao lado da filha e adormece...

domingo, 27 de setembro de 2009

Contos




Esboço sobre o Livro Helena (Machado de Assis)
Conselheiro Vale era um homem rico, e tinha um caso amoroso com uma mulher que havia migrado do Rio Grande do Sul, ela tinha uma filha, Helena, A qual ele perfilha. Conselheiro Vale morre, e em seu testamento ele alegava que Helena era sua filha e que ela devia tomar seu lugar na família, todos acreditam nisso, porém Helena sabe que não é verdadeiramente sua filha, mas na sua ânsia de ascender socialmente acaba aceitando isso. À princípio, D. Úrsula reage com um certo preconceito à chegada de Helena, mas no decorrer da narrativa ela vai ganhando o amor de D. Úrsula, Estácio porém, era um bom filho, e faz a vontade do pai sem indagar nada. Dr. Camargo acha aquilo um absurdo, pois ele queria casar sua filha, Eugênia, com Estácio para que eles se tornassem ricos às custas do dinheiro de Estácio, e mais um familiar só iria diminuir a parte da herança de Estácio. Helena toma seu lugar na família como uma mulher de fibra, uma verdadeira dona de casa, cuida muito bem de sua nova família, dirige a casa melhor do que D. Úrsula o fazia, e impressiona não só a família como toda a sociedade em geral, porque além de ser uma mulher equilibrada como poucas que existiam, era linda, sensível e rica. Ao decorrer da narrativa, Helena vai impressionando mais e mais Estácio, e nisso acaba se apaixonando por ela, e ela por ele. Aí vem a questão X do livro, de um lado Estácio, se martirizando por se apaixonar por sua suposta irmã, o que era um pecado, e do outra Helena, também apaixonada por Estácio, esta sabia de toda verdade, mas não podia jogar tudo para o alto e ficar com ele, afinal havia recebido uma fortuna de herança. Neste ponto então surge Mendonça, que se apaixona por então pede Eugênia em casamento também para tentar esquecer Helena. A família possuía uma chácara, e perto dessa chácara tinha uma casa simples, pobre, e Helena costuma a visitar sempre essa chácara, um dia Estácio resolveu segui-la, e lá conheceu Salvador, e foi tirar satisfações sobre as visitas de Helena, Salvador começou a lhe contar uma grande história, e surpreendeu Estácio ao lhe revelar que Helena era sua filha, não de Conselheiro Vale, e toda a História da vida de Helena até ali. Nesse mesmo dia Helena após uma forte chuva fica debilitada, á beira da morte, Estácio, tomado por seu forte amor vai cuidar de Helena e lhe faz essa declaração. Helena morre.

Ensaio sobre a cegueira



O filme começa num ritmo acelerado, com um homem que perde a visão de um instante para o outro enquanto dirige de casa para o trabalho e que mergulha em uma espécie de névoa leitosa assustadora. Uma a uma, cada pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece carona para casa terá o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços, onde qualquer semelhança com a vida cotidiana começa a desaparecer.
Dentro do hospital isolado, no entanto, há uma testemunha ocular secreta: uma mulher que não foi contagiada, mas finge estar cega para ficar ao lado de seu amado marido. Armada com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança.
A jornada da família lança luz tanto sobre a perigosa fragilidade da sociedade como também no exasperador espírito de humanidade.
 
Resenha:
Em uma determinada aula a professora lança o filme, a principio, fiquei surpreso pelo titulo, até mesmo pelas cenas e onde se passam. Refletindo com alguns amigos pude perceber como às vezes somos cegos em determinadas coisas, e o filme faz uma crítica aos meios de comunicação de massa. Toda nossa vida parece ser agendada como prega a "Teoria do agendamento" interferindo no nosso cotidiano, em nosso modo de agir, nossos relacionamentos e hábitos.
Nada melhor que o tempo pra nos tirar essa venda que nos cega, eu particularmente já fui cego, vivendo em momentos que só tinha olhos pra alguém, vivia cego em relação ao mundo e a todos que viviam à minha volta. Nessa época deixei de lados, minha vida, minha cultura, meus desejos e vontades, fui realizar os desejos desse alguém que pensara eu me fazer feliz.
A vida deu suas voltas. Caí, me machuquei, me levantei, "dei murros em ponta de faca", mas no final percebi que por quem eu tanto lutava, me fazia infeliz.
Depois desse "ensaio", que vida me pregou, me vejo mais forte, mais maduro, e o melhor valorizando a essência da vida!

Filme: Ilha das Flores





O filme começa no vilarejo de Belém Novo, parte do município de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, no extremo Sul do Brasil, nas coordenadas 30°12'47.58"S 51°10'37.85"W, onde um plantador de tomates chamado Hattori Hanzo (Sonny Chiba) - um ser humano; possuidor de polegares opositores; japonês; mais especificamente um ex-samurai que, entre uma cheirada e outra de gatinhos, treinou os porcos nas artes do kung-fu samurai - luta para fazer com que o tomate, rejeitado por Dona Anete (Duas Thurman) – humana; também possuidora de polegares compositores; católica apostólica romana séx XV; dona-de-casa –, que o enviou ao lixo, chegue em segurança à Ilha das Flores, onde pode ser feliz, caso não seja comido por um porco – que não possui polegar opositor.
Após enfrentar varias dificuldades - incluindo uma prova de História feita por Ana Luiza Nunes (Chiaki Kuriyama), e a legião dos 88 Esfomeados liderados por Motherfuka Man (Samuel L. Jackson) -, Hanzo consegue fazer com que o tomate chegue em segurança à ilha, sendo, em seguida, comido por um porco, safado, treinado por Hanzo. Então a vingança, principal tema do filme, é demonstrada, com Hanzo matando o porco ao usar sua técnica secreta – o golpe do polegar compositor – que nunca tinha sido ensinado pra os porcos por que eles não possuíam polegares opositores, ou não.
A idéia do filme é mostrar o absurdo desta situação, seres humanos que, numa escala de prioridade, estão depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos sua alimentação diária. (...) Ilha das Flores será um falso documentário. Documentário porque todas as informações serão reais. E falso porque vai seguir a trajetória fictícia de um tomate, plantado, colhido, vendido a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa, rejeitado na hora de fazer o molho, jogado no lixo, levado para a Ilha das Flores, esquecido pelos porcos e finalmente encontrado por uma criança com fome.

Ilha das Flores X Comercial Yuri
Entre o filme e o comercial Yuri percebemos uma realidade social contraposta; De um lado o ser humano desvalorizado, vivendo à margem de uma burguesia podre, recebendo as deixas de um animal suino, e os restos de  conhecimento jogado no lixo por uma estudante e de outro lado, um menino já valorizado desde pequeno pela posição social que ocupa (ou parece ocupar), tendo seu espaço reservado na instituição finaceira por pertencer a um certo "status" na sociedade!

Filme: O ano que meus pais sairam de férias




ano de lançamento ( Brasil ) : 2006
direção: Cao Hamburger
atores: Michel Joelsas , Germano Haiut , Daniela Piepszyk , Caio Blat , Paulo Autran
duração: 01 hs 50 min





descrição
Os pais de um garoto inesperadamente o deixam com o avô paterno, por terem que fugir devido à repressão da ditadura militar. Com Paulo Autran, Simone Spoladore e Caio Blat.

sinopse:
1970. Mauro (Michel Joelsas) é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade os pais de Mauro foram obrigados a fugir por serem de esquerda e serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo.



Resenha:
Um garoto deixado, às pressas, pelos pais, fugindo da ditadura militar. Eis um campo fértil para melodramas e muita pieguice. Mas não é o que acontece com o belíssimo filme, que se torna leve pela diversão e entretenimento fazendo uma apologia à ditadura militar dos anos 70, mostrando uma visão inocente e amorosa daquele momento histórico. As lágrimas que provocam, acontecimentos dramáticos e surpreendentes nos levando ao reconhecimento de uma fase tão triste de nossa história. Marcada pela perseguição e exílio daqueles que lutaram pela liberdade de expressão que temos na atualidade, tudo isso entre uma nova aderência aos costumes no qual o garoto é lançado e a esperança do reencontro com os pais no início da copa de 70.

O Carater nacional Brasileiro





4) A) Embora distintos e independentes, podem ser reunidos, o racismo e o nacionalismo. No ponto de vista que engloba toda a população, o conceito de raça é destrutivo, dadas a diferença racial existente em todo o mundo. Onde o racismo, antes de ser uma idéia que justifica a conquista de diferentes povos, foi usada para justificar diferenças entre a sociedade.




B) Embora em certos momentos possam reunir-se racismo e nacionalismo são conceitos independentes pois o primeiro apresenta – mesmo quando deformado ideologicamente – um conteúdo biológico, sendo racismo uma tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade, enquanto o segundo tem conteudo histórico, cultural e político, sendo o nacionalismo um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico. Costuma diferenciar-se do patriotismo devido à sua definição mais estreita. O patriotismo é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do Estado, como o Hino, a Bandeira, suas instituições ou representantes. Já o nacionalismo apresenta uma definição política mais abrangente Por exemplo: da defesa dos interesses da nação antes de quaisquer outros e, sobretudo da sua preservação enquanto entidade, nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição identitária ou transformação. O nacionalismo é uma antiga ideologia moderna: surgiu numa Europa pré-moderna e pós-medieval, a partir da superação da produção e consumo feudais pelo mercado capitalista, com a submissão dos feudos aos estados modernos (ainda absolutistas ou já liberais), com as reformas religiosas protestantes e a contrarreforma católica – fatos históricos estes que permitiram, ou até mais, que produziram o surgimento de culturas diferenciadas por toda a Europa, culturas que, antes, eram conformadas, deformadas e formatadas pelo cristianismo católico, com o apoio da nobreza feudal. De um ponto de vista rigorosamente nacional, isto é, que procure englobar toda a população, o conceito de raça é destrutivo, dadas as evidentes diferenças raciais existentes em todos os países. De forma que o racismo, antes de ser uma ideologia para justificar a conquista de outros povos, foi muitas vezes uma forma de justificar diferenças entre classes sociais.

Dom Quixote



3- A) Estou aqui para demonstrar que não sou culpado pelos que penam, e da morte de Crisóstomo. Por isso peço que me atendam, pois não será necessário muito tempo, nem muita conversa para convencer os sensatos da mais pura verdade. Fez-me o céu de forma agradável, segundo vós outros encareceis; e tanto que não está em sua mão o resistirdes-me e, pelo amor que me mostrou, dizer e até supor que eu seja forçado a corresponder-vos. Com o singelo entendimento me dado por Deus, conheço que toda beleza é amável; mas não acho que seja obrigada a amar só porque é amada, podendo dar-se que seja feio o namorado da formosura. Sendo esse feio, ficaria impossível não dizer–se. “Quero-te por sua beleza, mas ainda que eu também não seja deves também me amar.” Mas, ainda presumindo que as belezas sejam em parte iguais, não significa que vão correr iguais os desejos, porque nem todas as belezas encantam; algumas alegram as vistas sem satisfazer as vontades. Se todas as belezas encantassem e satisfizessem, seria confuso, por não saberem onde iriam parar, porque sendo sem fim os belos objetos, inumeráveis seriam os desejos; e, pelo que ouço, o verdadeiro amor não se divide, e deve ser de boa vontade, não forçado. Sendo isto assim, como tenho certeza que é, porque queres que eu ame forçadamente, somente porque me queres bem? Fale-me: se, o céu não tivesse me feito bela, mas sim feia, seria justo que eu me queixasse porque não me amas? E deve ser considerado que eu não escolhi ser bela, o céu me deu gratuitamente, sem eu pedir nem escolher; assim como a víbora não tem culpa de sua peçonha, é de sua natureza, por isso eu também não mereço ser censurada por ser bela, que a beleza na mulher honesta é como fogo apartado, ou como a espada afiada, não queima e nem corta. A honra e a virtude enfeitam a alma, sem as quais o corpo não será belo ainda que o seja. Pois se são virtudes que mais enfeitam o corpo,porque perdê-las somente para corresponder à intenção de alguém que só por seu gosto, quer que as perca? Eu nasci livre, e para assim permanecer escolhi a solidão dos campos, onde minhas companheiras são as árvores desta montanha, as mais pequenas correntes de água são meu espelho, com elas comunico meus pensamentos e formosura.




B) Vim aqui defender-me e mostrar que estão doidos todos os que me culpam pelo que penam, e pela morte de Crisóstomo. Peço que me escutem pois não será necessário muito tempo nem palavras para que eu prove a verdade. O céu me fez bela, e eu não sou obrigada a corresponder seu amor. Com o entendimento me dado por Deus sei que toda beleza é amável, mas não concordo que só porque sou amada, sou também obrigada a amar. Ainda que as belezas sejam em parte iguais, os desejos não serão da mesma forma, porque nem toda beleza encanta. Sendo assim, porque exige que eu me renda ao seu amor, somente porque me queres bem? Se o céu me fizesse feia, não seria justo que eu reclamasse por não me amares. Devendo considerar que eu não escolhi a beleza que tenho, o céu a me deu gratuitamente, sem eu a pedir. Por isso eu não mereço ser repreendida somente por ser bela. Porque perder minhas virtudes comente para satisfazer a vontade de alguém que quer que eu as perca? Nasci livre, e para permanecer escolhi a companhia das árvores desta montanha e das águas claras com quem eu comunico meus pensamentos e formosura.



C) Vim defender-me e mostrar que estão doidos todos os que me culpam pela morte de Crisóstomo. Peço que me escutem pois não será necessário muito tempo nem palavras para que eu prove a verdade. O céu me fez bela, e eu não sou obrigada a corresponder seu amor. Com o entendimento me dado por Deus sei que toda beleza é amável, mas não concordo que só porque sou amada, sou também obrigada a amar. Devendo considerar que eu não escolhi a beleza que tenho, o céu a me deu gratuitamente, sem eu a pedir. Nasci livre, e para permanecer escolhi a companhia das árvores desta montanha e das águas claras com quem eu comunico meus pensamentos e formosura.

Parafrase- Memórias do cárcere



2- Levantei-me, apalpei a roupa no encosto do assento, tirei dos bolsos cigarros e fósforo, inclinei-me à janela, fumando fiquei observando o pátio sem luz. Como iria proceder? Se me dessem prazo bastante para que eu pudesse pensar, poderia planejar preponderar sentimentos, ter algum raciocínio nas atitudes e nas palavras, demonstrar ser um homem um pouco melhor. Mas diante à nova posição que me determinavam, numerosas eram as surpresas, e diante delas ia certamente perturbar-me, cometer disparates, confundir-me. Ali em baixo, a poucos metros, duas figuras, ao lado de um portão, pareciam pessoas encobertas gigantes disfarçados. Que seriam? Pilares? Deviam ser pilares. Saí, passei com cuidado, fazendo com que não ouvissem os passos, com medo de topar nas cadeiras. RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Jose Olympio, 1° vol., p.52.

Parafrase- O Teatro



1- O teatro não é somente veículo da peça, instrumento a serviço do autor e da literatura, é uma arte em função da qual é escrita a peça onde esta é material do mesmo que a incorpora como um de seus elementos. Portanto, o teatro é uma arte diferente da literatura. O texto, a peça, literatura são teatros não quando declamados, mas sim quando atuados, no momento em que viram personagens, tendo como base a transformação do ator que se transforma em personagem- fato que registra a mudança de uma arte tão somente temporal e auditiva (literatura) ao comando de uma arte espaço-temporal ou ao meso tempo auditiva e visual. Há uma grande mudança do status da palavra. Na literatura são as palavras que conduzem o mundo imaginário. Já no teatro, a condução das palavras é feita por intermédio dos personagens. Na literatura a palavra é o princípio dos personagens. No teatro o homem é a origem da palavra.


ROSENFELD, Anatol. Prismas do teatro. Ed. Perspectiva, p.22-3

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Procuro um amor

Eu procuro um amor que ainda não encontrei

Diferente de todos que amei

Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Pode ser que eu a encontre numa fila de cinema,

Numa esquina

Ou numa mesa de bar.



Procuro um amor que seja bom pra mim

Vou procurar, eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem

Pra que ela não tenha medo

Quando começar a conhecer os meus segredos



Eu procuro um amor, uma razão para viver

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar

Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

...Luz tão fugaz

Vai cruzando o espaço na escuridão

Risca o mar

Em minh'alma, estrondo de um trovão

Faz juntar

Os pedaços, o meu coração

Te amo,te adoro...

sábado, 5 de setembro de 2009

...



 
"sendo assim refaço sistematicamente toda regressão ao sistema anacronico"  

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Um dia acreditei...

"Pensei que não viesse. Acho que nem eu iria, confesso. Mas queria, porém recuava, tentava movimentar em sua embaçada direção, mas não conseguia, desistia antes de descer as escadas. E via em você uma quietude, uma ausência de movimento que me assustava. Que me fazia pensar que você, realmente, não viesse. Mas veio.
Ouvi a campainha e atendi na esperança de ser a vizinha pra dar um recado, alguém procurando por outra pessoa, talvez um cobrador, mas você, você era a última pessoa que eu esperava bater a minha porta naquele instante. Atendi com um desinteresse que até eu desconheci. Mas ao te ver, tímido, inquieto, meu coração pulsou mais forte que o normal. Senti o que não sei definir. Senti!
Abri as portas da minha casa e do meu coração pra você. Ao te convidar pra entrar, fazia um apelo para que entrasse definitivamente em minha vida. Para que fizesse o que eu te pedia tantas vezes nos meus olhares perdidos e inquietos que lançava em sua direção. Você parece ter gostado da recepção. E eu mais ainda. Vi você despido, além das roupas, da sua imagem forjada de pessoa forte, irredutível. Senti no seu toque um pedido carente pra eu ficar do seu lado, pra eu cuidar de você, pra eu velar por você.
Enquanto você dormia, via no seu rosto uma leve expressão de alegria, de segurança. E ficava alegre com isso. Será que era por estar ali, comigo? Mesmo se não fosse por isso, eu pensava que era assim. E ficava feliz.
Depois disso tudo, restou-me a insegurança, a fragilidade que se tem quando se está apaixonado. E as perguntas que ficam gritando dentro de mim. O canto dos pássaros, embaçados pelo barulho infernal do trânsito, anunciava o raiar do dia. E me trazia na lembrança que passava da hora de você ir embora. Uma pontinha de tristeza me assustava, mas tinha que ser assim. Não sabia se você voltaria e receava perguntar. Mas não sei por que, alguma coisa dentro de mim me dizia que sua ausência seria pequena. Que ao anoitecer o nosso ritual se repetiria. A campainha, o meu susto, você tímido, e nós, com um sentimento desconhecido e indefinido, mas um sentimento. Algo que me faz, volta e meia, pensar em você, no seu toque, na sua presença. Algo que desperta uma vontade infantil de sair a sua procura."

...

"Caminhava entre vales escuros, frios e úmidos como uma longínqua caverna, onde só ouvia meus fantasmas e tinha como companhia, só o meu medo. Desiquilibrava-me, por vezes, e tremia, escorregava, caía... Tudo era desesperador.... Ouvia os fantasmas do meu vazio na imensidão daquele vão. Não acreditava que um dia sairia em liberdade, passaria a enxergar colorido de novo, ouviria o som da água da chuva e do canto dos pássaros. Sentiria o gosto de um beijo apaixonado e tocaria um corpo igual ao meu. Você foi capaz de me resgatar de um fundo, bem fundo, onde já estava me acostumando a viver, e nem me lembrava mais como tudo aqui fora é lindo! Já havia me esquecido de como é lindo! Já havia me esquecido de como é lindo olhar no fundo dos olhos de uma pessoa e se sentir em plenitude, e sentir o amor em toda a sua exuberância. Maurício amo o seu jeito, as suas mãos, os seus olhos , o seu corpo... Amo sentir que sou amado por você. Nunca pensei em me sentir completo como estou. Nunca, sequer, imaginei que tivesse tanto sentimento guardado dentro de mim. Te amo com forças que eu não sei de onde vêm, só sei que amo, e muito! Obrigado por somar comigo. Me entender em vezes que nem eu me entendo e estar disposto a dividir comigo um pouco da sua história."

Se foi...


"Nosso amor foi tão bonito
Era mais que o infinito
De repente,vi que algo aconteceu
Todo aquele amor ardente
Acabou-se de repente
A paixão que era nós dois acabou você e eu
Não consigo imaginar você trilhando outro caminho
Pois contigo eu aprendi que não consigo andar sozinho
Sou um homem feito,mas tô me sentindo um menino
Indeciso,sem saber o meu destino"

Circuito Fechado

Despertador, pia, escova, creme dental, uniforme, tênis, chave, carro, aula, café, pão, chave, carro, aula,intervalo, chave, carro, aula, restaurante, prato, talheres, alimentos, pia, escova,creme dental, chave, carro, aula, intervalo, chave, carro, aula, intervalo, chave, carro, aula, intervalo, chave, carro, aula, intervalo, chave, carro,aula, intervalo, chave, carro, aula, intervalo, chave, carro,aula, chave, carro, faculdade, aula, carro, garagem, toalha, água, cueca, pijama, computador, lanche, cama, despertador.